A Igreja de Jesus Cristo consiste em todos aqueles em todo o mundo que professam a verdadeira religião junto com seus filhos. A Igreja é constituída por sua adesão à verdade como ensinada nas Escrituras. Na medida em que não se conforma a essa regra, deixa de ser uma igreja de Jesus Cristo. Se falhar em cumprir esse teste em doutrina, governo, adoração ou disciplina, não pode reivindicar o direito divino de existência. A confusão popular em que a Igreja de Cristo é identificada com o governo sobre um corpo professo é a raiz da tirania eclesiástica e decorre da eclesiologia romana que ensina que a Igreja são os governos (ou seja, papa, arcebispos, bispos, padres, etc). Esses governos são intitulados “clero” e sem eles não pode haver “Igreja”. O povo é enxertado na “Igreja” por meio do “clero”. De fato, o apóstolo Pedro se refere ao povo de Deus como seu “clero” (1 Pedro 5:3; a palavra traduzida como “herança” é κλήρων “kleron”). É verdade que Jesus Cristo estabeleceu governo em sua Igreja, mas esse governo não é a Igreja. Qualquer governo que reivindique um direito sobre os crentes deve ser capaz de mostrar sua garantia na Palavra de Deus.
Acreditamos que o governo da Igreja de Jesus Cristo deriva de sua Cabeça. Todo poder na Igreja é puramente ministerial e declarativo. Qualquer poder exercido na Igreja sem referência aos preceitos do Rei de Sião é usurpação. Qualquer poder que seja exercido para destruir nossa obra pactuada da Reforma está retrocedendo. Qualquer poder usurpado ou desviado não existe na Igreja por preceito divino e é, portanto, ilegal (ou seja, sem a autoridade do Senhor). Tal poder é, na realidade, tirania eclesiástica. É dever dos crentes submeter-se àqueles que estão acima deles no Senhor, mas não àqueles que estão acima deles pela tirania eclesiástica.
Fomos reformados das perversões papistas e preláticas da doutrina bíblica, governo, adoração e disciplina. Procuramos manter o testemunho fiel em nome do verdadeiro protestantismo contra o espírito do romanismo anticristão; seja mantida pela Igreja Católica Romana ou pelas chamadas igrejas “protestantes” que são manifestamente filhas daquela Mãe das Prostitutas. Somos calvinistas na doutrina, presbiterianos no governo, bem como puritanos e reformados no culto e na disciplina.