“Porque o homem não é da mulher, mas a mulher é do homem.” (1 Coríntios 11.8)
“Então, sem qualquer outra cerimônia, o ministro, diante da congregação, os declarará marido e mulher, de acordo com a ordenança de Deus; […].” (Diretório de Culto Público de Westminster | Da Solenização do Casamento)
Em tempos modernos que são caracterizados pela destruição de todas as normas naturais e costumes decentes não é de se surpreender que alguns se levantam para lutar contra toda ordem criada pelo único Deus Sábio, a humanidade desde a queda entrou em uma aberta oposição a tudo aquilo foi considerado muito bom no início pelo Senhor (Gênesis 1.31), Deus estabeleceu um dia de descanso para nos elevarmos aos assuntos espirituais e nos despojarmos deste mundo, então os filhos de Adão preferem como bestas brutais não possuírem nenhum descanso (cf. Êxodo 23.12), Ele deu ao homem um trabalho pelo qual pudesse obter a sua subsistência e desenvolver as suas habilidades, contudo alguns homens preferem a preguiça que esvazia a barriga e o emburrece a mente (cf. Provérbios 6.9-11), Deus concedeu aos homens um domínio sobre a toda sua criação para o seu favor, todavia os filhos de Adão escolheram ser visto como inferiores aos animais e adorarem a eles (cf. Romanos 1.23).
Isso mostra evidentemente que o homem caído nada mais deseja e faz do que andar em caminhos opostos aquele originalmente estabelecido, enquanto a estrutura, a ordem do mundo e a lei de Deus visam o bem da humanidade: “guardarás os seus estatutos, e os seus mandamentos que te ordeno neste dia, para que tudo te vá bem” (Deuteronômio 4.40), vemos que nós nada queremos se não o nosso próprio mal ao nos afastarmos da vontade dEle: “Ó Israel, tu destruíste a ti mesmo” (Oseias 13.9), sendo o modo pelo qual nos tornamos trazemos nossa própria destruição é a busca de invenções (Eclesiastes 7.29), a palavra que o rei Salomão usa para invenção é חִשָּׁבוֹן [ḥiš·šā·ḇôn] que significa um plano, uma invenção e máquina de guerra (como em 2 Crônicas 26.15), assim quando não estamos contentes com os caminhos, a lei e plano divino, resolvemos forjar novos caminhos e maneiras, contudo tal coisa para Deus é como abrir uma guerra aberta contra Ele. Sim, todas as nossas invenções e desvios são uma declaração não somente declaram a nossa insatisfação com Deus, mas também da nossa guerra e inimizade natural contra Ele (Romanos 8.7).
Ora, os nossos primeiros pais Adão e Eva declararam guerra contra a verdade de Deus ao comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois o comer do fruto era uma concordância com a mentira de Satanás: “Certamente não morrereis” (Gênesis 3.4), recusar-se ou não ouvir a Deus é andar em oposição a Ele, não submeter-se às suas ordens ou mandamentos e criar novas formas de viver é atacar o Todo-Poderoso, então se não queremos sermos considerados como membro do exército inimigo que é perdedor por natureza: “o Senhor os terá em escárnio” (Salmo 2.4), faz-se necessário que nos alistemos sob a bandeira da verdade, da obediência e da confiança na sabedoria dEle sob nosso General que é o nosso Senhor Jesus Cristo.
Nesse contexto, umas das manifestações mais claras das invenções humanas que demonstram a guerra contra Deus é o desuso e abolição do uso bíblico da palavra “mulher” como o principal título para se referir a esposa de um homem ou que a mulher não pertence a si mesma, mas é uma posse especial do homem com o qual ela se casou — a destruição dessas verdades mina o conceito de casamento e como as funções no matrimônio devem ocorrer, as feministas abertas sentem-se extremamente incomodadas ao ouvirem que, e.g.: “Joana é a mulher de José”, porém as feministas sutis e seus patronos efeminados que estão espalhados no meio cristão ainda que não se oponham a frase acima, têm se esforçado para eliminar toda a força e substância da doutrina bíblica que está por detrás do uso bíblico da palavra, não se deve estranhar eles usarem palavras e aderirem uma certa aparência, porém retiram toda a significação bíblica: “tendo a aparência [μόρφωσις – forma] de piedade, mas negando o poder dela. Destes, afasta-te.” (2 Timóteo 3.5), eles amam toda aparência externa, contudo eliminam toda a realidade e profundidade da verdade, visto que é mais fácil falar do que fazer as palavras corresponderem à realidade. Logo, aqui se defenderá a seguinte doutrina: “A mulher é uma posse ou propriedade especial do homem que ela está vinculada pelo matrimônio” .
Por meio do relato de Gênesis, sabemos que Deus criou a mulher [אִשָּׁה – ʾiš·šā(h)], a palavra usada em hebraico é forma feminina de homem [אִישׁ – ʾîš], a língua sagrada deixa claro que existe uma dependência da mulher para o seu próprio nome ou condicionamento ao ser para o qual ela foi criada que é o homem (Gênesis 2.23), ou seja, o fato dela ter sido criada por causa do homem é evidente porque observamos que a palavra ou nome que ela recebe para si mesma depende dele, a existência da mulher é impossível de ser dissociada do homem, ela precisaria mudar a própria forma como Deus a chamou para apagar essa realidade. Entretanto, a mulher não somente possui uma existência dependente do homem, mas também é descrita em termos como sendo pertencente a ele: “e se apegará a sua mulher” (Gênesis 2.24), a Escritura está afirmando que pelo matrimônio a mulher é do homem (marido), isso é claro porque a palavra usada agora para mulher [בְּאִשְׁתּ֔וֹ – b-iysh-to] possui um sufixo possessivo masculino [ו], isto é, ela é a mulher que pertence a um homem, Deus quer que o homem abandone (em certo grau) os seus laços familiares e domésticos para que possa se unir ou agarrar-se a mulher que pertence a ele [דבק | apegar-se significa estritamente prender-se a algo como em Rute 1.14], isto é, o homem está preso ou se vincula a uma mulher e vice-versa, embora ambos estejam totalmente confinados um ao outro, existe uma precedência masculina porque especialmente no casamento a mulher existe em prol do homem (Gênesis 2.18).
Nessa senda, deve-se notar que não existe em hebraico a palavra “esposa”, Moisés escrevendo inspirado pelo Espírito Santo diz que: “E Moisés tomou a sua אִשְׁתּ֣וֹ [mulher | ʾiš·šā(h)] e os seus filhos […]” (Êxodo 4.20), ainda que nossas traduções escolham a palavra ‘esposa’, o original mostra exatamente que Zípora era a mulher de Moisés, no mundo bíblico a mulher de um homem era aquela com o qual ele se casou ou estava comprometido a se casar: “E Jacó disse a Labão: Dá-me minha אִשָּׁה [mulher | ʾiš·šā(h)] […]” (Gênesis 29.21), mesmo um homem noivo é considerado como tendo uma mulher, ou seja, a sua noiva porque ela não pode casar mais com nenhum outro homem, a noiva é a mulher de um homem por direito [de jure], mas não é de facto até o casamento formal:
“Se uma donzela que é virgem for prometida a um esposo, e um homem a encontrar na cidade, e se deitar com ela, então trareis a ambos à porta da cidade, e os apedrejareis com pedras, para que morram; a donzela, porque não gritou quando estava na cidade; e o homem, porque ele humilhou a esposa [mulher | אִשָּׁה] do seu próximo; assim afastarás o mal do vosso meio.” (Deuteronômio 22.23-24)
Impende notar que mesmo a mulher não casada e nem prometida não pertence a si mesma, mas é totalmente do seu pai: “tampouco estabelecerá casamentos com elas; não darás tua filha ao seu filho, nem a sua filha tomarás [לקח – lā·qǎḥ | agarrar ou obter um algo para a posse de alguém] a teu filho.” (Deuteronômio 7.3), Deus proibiu que qualquer pai desse a sua filha aos homens pagãos, o pai é quem dar a sua e não propriamente ela mesma, pois elas não possuem o controle absoluto de si mesmas: “e ele [Calabe] lhe deu Acsa, sua filha, por esposa [לְאִשָּֽׁה׃ – lə·’iš·šāh | mulher].” (Juízes 1.13), observa-se pela linguagem das Escrituras que o filho (homem) não é dado, mas uma mulher é tomada para ele, o que acontece é uma transferência da mulher para o domínio e governo do marido, porém nunca o homem sendo concedido a uma mulher, ele recebe e ela é dada para a posse do marido é a linguagem das Escrituras que tencionam ensinar verdades absolutas sobre como a realidade deve ser. Conquanto, a única mulher que pode em algum nível ser afirmada como pertencendo a si mesma nas Escrituras é a viúva, mas isso revela uma dura verdade, a saber, ela está desamparada e, por isso, Deus intervém de modo mais especial para protegê-la: “Ele faz justiça ao órfão e à viúva [וְאַלְמָנָ֑ה – wə·’al·mā·nāh], e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e vestes.” (Deuteronômio 10.18), a raiz da palavra viúva significa desolado ou abandonado [אַלְמָן – alman], ela perdeu o seu homem, o seu guia, governador e provedor é como um palácio que foi saqueado e perdeu o que tinha de mais valioso; uma mulher quando pertence a si mesma na Escritura está em uma condição triste e angustiante, ela está por si mesma e não é posse especial de ninguém, ela que foi criada para está sob um homem, agora anda sozinha — isso deixa claro que a única esfera segura e melhor para uma mulher é pertencer a um homem especialmente aquele que está vinculada pelo casamento, o maior infortúnio da vida dela é não ser de ninguém ou perder aquele a possuía pela aliança diante de Deus —, deve-se ter sempre em mente que toda mulher foi criada para um homem que ela deve se sujeitar e pertencer a ele, assim vemos que nas Escrituras as mulheres consideram um opróbrio para elas não terem um marido cujo o nome estivesse nelas – o que denota o desejo de estarem sob um cabeça: “somente permitas que sejamos chamadas pelo teu nome, a fim de remover a nossa desonra.” (Isaías 4.1)
Nesse sentido, podemos citar inúmeros exemplos bíblicos no qual a palavra ‘esposa’ de nossas traduções na verdade significa ‘a mulher que pertence a um homem específico”:
“E Caim conheceu sua mulher e ela concebeu e deu à luz Enoque […]” (Gênesis 4.17)
“E Noé entrou, e seus filhos, e sua mulher […]” (Gênesis 7.7)
“E Faraó chamou Abrão, e disse: Que é isto que me fizeste? Por que não me disseste que ela era tua esposa [אִשָּׁה – ʾiš·šā(h) | mulher]?” (Gênesis 12.18)
“Bendita entre as mulheres será Jael, esposa [אִשָּׁה – ʾiš·šā(h) | mulher] de Héber, o queneu […]” (Juízes 5.24)
“ A tua esposa [אֶשְׁתְּךָ֤ – ‘eštᵊḵā | tua mulher] será como uma oliveira frutífera ao lado da tua casa […]” (Salmo 128.3)
“Aquele que assim encontra uma esposa [אִ֭שָּׁה – ʾiš·šā(h) | mulher] acha uma coisa boa e obtém o favor do Senhor.” (Provérbios 18.22)
Por outro lado, a Escritura também afirma que o marido da mulher é o seu homem: “[…] e o teu desejo será para o teu marido [אִישֵׁךְ֙ – ’î·šêḵ | teu homem] […]” (Gênesis 3.16), entretanto isso difere da possessão masculina da mulher em virtude do fato que existe a palavra “marido” em hebraico para o homem, a saber, בַּ֫עַל [bǎ·ʿǎl] que significa primordialmente dono, possuidor, mestre, o próprio único Deus Sábio diz sobre Sara para Abimeleque: “pois ela é a mulher de um homem [בָּֽעַל – bǎ·ʿǎl | dono ou senhor]” (cf. Gênesis 20.3), a sentença divina não menciona diretamente o nome de Abraão para fazer um anúncio geral contra todos aqueles que desejam tomar a mulher do seu dono ou senhor que é o marido, vemos que: “Se um homem for encontrado deitado com uma mulher que tenha um marido [בַּ֗עַל – bǎ·ʿǎl], então ambos devem morrer […]” (Deuteronômio 22.22), o adúltero deve ser morto porque ele cometeu o pecado grosseiro de arrancar a mulher do possuidor ou senhor dela – uma espécie de roubo, bem como ela deve ser morta porque entregou-se a alguém além do seu dono ou mestre, assim o foco da palavra marido no hebraico é mostrar a posição de autoridade, posse e domínio do homem no casamento: “[…] todas as esposas [הַנָּשִׁ֗ים – han·nā·šîm | mulheres] darão aos seus maridos [לְבַעְלֵיהֶ֔ן – lə·ḇa‘·lê·hen | donos ou senhores] honra, tanto ao grande, como ao pequeno.” (Ester 1.20), isso significa que embora o homem pertença a mulher por ser exclusivo dela, a mulher pertence ao seu marido tanto por exclusividade como por governo e senhorio sobre ela, as mulheres devem reverenciar os seus maridos como seus mestres ou possuidores e se esconderam na proteção e instrução deles (cf. Provérbios 2.17 – o guia da sua mocidade).
Outrossim, o décimo mandamento ressalta a mesma ideia que a mulher é uma possessão especial do seu marido: “Não cobiçarás a casa de teu próximo, não cobiçarás a mulher [אִשָּׁה – iš·šā(h)] do teu próximo […]” (Êxodo 20.17), a substância deste mandamento é que não podemos nutrir nenhum desejo pela propriedade do nosso próximo: “nem alguma coisa que é de teu próximo.”, sendo a mulher é um dos exemplos citados que fazem parte da propriedade do homem, a lei divina reverbera isso novamente ao ensinar que todo dano a uma mulher casada exige uma compensação ao seu marido (cf. Êxodo 21.17), se alguém causasse algum dano não-mortal a mulher e ao bêbe em sua barriga isso dava o direito do marido [בַּ֫עַל – bǎ·ʿǎl] exigir um pagamento pelo violência a sua mulher diante do magistrado civil — ele é o dono da mulher e da sua gravidez.
Isto posto, depreende-se que o homem recebe a palavra ‘marido’ porque as suas funções não estão restritas ao lar, ele detém a função pública na sociedade: “Seu marido [בַּעְלָ֑הּ – ba‘·lāh | senhor, proprietário] é conhecido nos portões, quando se assenta entre os anciãos da terra.” (Provérbios 31.23), o homem deve cuidar primordialmente da sua casa e priorizá-la (cf. 1 Timóteo 5.8), mas ele deve também ir ao mundo para obter o sustento do lar e ajudar a sociedade, porém a mulher é definida nas Escrituras Sagradas em termos do seu relacionamento com o homem, ela não possui nenhuma outra esfera de agir além da sua própria casa, a mulher não prioriza o marido e a sua família como se houvessem outros deveres ou funções terrenas para ela porque estritamente a vida dela é auxiliá-lo e estar perto dele como seu governador e protetor, enquanto a vida do homem pode ter mais camadas, a vida da mulher só possui as camadas de temer a Deus, cuidar do seu marido e gerar uma semente santa, isso a protege da exposição ao mundo, da maldade externa, sobrecarregamento e das dificuldades da vida pública que são piores devido a fraqueza natural do sexo feminino, a mulher somente ajuda a sociedade por meio do auxílio ao seu marido — a sua maior contribuição não é levantar bandeiras ou se engajar reformas sociais, mas servir ao seu marido, quando a mulher foge dessa realidade coloca-se em perigo como Diná ao sair da proteção do lar patriarcal (cf. Gênesis 34.1), a sua castidade é ameaçada, o seu bom nome é manchado, o seu marido é efeminado e os filhos são mal-educados.
Além disso, a mulher deve ter em mente que auxilia e cuida do seu marido não faz como com um inferior (filhos, servas e etc.), mas como ao seu senhor e mestre, ou seja, o cuidado deve ser mesclado com reverência e temor, as antigas mulheres piedosas entravam no casamento com o entendimento que o seu homem era o seu governador e guia, não obstante em nossos dias a entrada no casamento é vista como uma mera ‘parceria’ ou dois iguais que resolveram caminhar juntos, mas isso dista da visão de Deus apresentada na Sua Santa Escritura pois a palavra para casar em hebraico enfatiza mais profundamente a doutrina do governo ou domínio do homem sobre a sua mulher: “Quando um homem tomar [וּבְעָלָ֑הּ – baal | casar, governar] uma mulher […]” (Deuteronômio 24.1), o significado primário de casar na mentalidade bíblica é ter domínio sobre, dessa palavra é que se origina marido na língua veterotestamentária (hebraico), o povo afirma: “Ó SENHOR nosso Deus, outros senhores além de ti têm tido domínio [בְּעָל֥וּנוּ – baal] sobre nós. […]” (Isaías 26.13), o casamento bíblico não é uma parceria de dois iguais, mas o homem que é superior guardando a mulher que é inferior e ela se sujeitando reverentemente ao domínio do seu marido (Colossenses 3.18-19), o fato é que a falta de meditação nas palavras usadas nas Escrituras para descrever o matrimônio prejudicou seriamente a visão da igreja moderna.
Uma vez que as mulheres santas das Escrituras conheciam o casamento do modo ordenado pelo Senhor, então não se iludiam com a fantasia que o matrimônio as tornava “rainhas” ou que os homens viveriam girando em torno delas, elas se casavam sabendo que a mulher foi criada para o homem, ou seja, para servi-lo e ajudá-lo, elas se tornam rainhas porque o seu marido é um rei, quando o nome de Abrão [אַבְרָם] é alterado para Abraão [אַבְרָהָם] que significa pai de multidões (Gênesis 17.5), em seguida o nome de Sarai [שָׂרַי] que significa ‘minha senhora ou princesa’ é mudado para Sara, isto é, ‘senhora ou princesa’ (Gênesis 17.15), anteriormente Sara era a senhora ou princesa somente da sua casa (cf. Gênesis 14.14; 16.1), mas agora ela é senhora ou princesa de uma multidão que ultrapassa a sua casa devido a exaltação do seu marido, ou seja, a honra e elevação da mulher cai ou sobe de acordo com honra do marido dela, a autoridade da mulher depende e flui da autoridade dele e não o contrário e, portanto, a melhor maneira de uma mulher aumentar a sua honra é reverenciando e prestigiando o seu marido: “A mulher virtuosa é uma coroa para seu marido [בַּ֫עַל – ba‘·lāh | senhor ou dono] […]” (Provérbios 12.4), a coroa é um sinal do poder e autoridade dos reis, assim uma mulher temente a Deus, fiel, obediente e que apoia a autoridade dele evidencia que o seu marido é um rei naquela casa, ela atribui honra e crédito para ele e, por consequência, a própria mulher é exaltada também porque ela torna-se uma coroa – o maior símbolo da dignidade e autoridade do seu marido —, isso demonstra que as mulheres não entram no casamento com qualquer autoridade e glória por si mesmas, mas obtém sobre outros na medida que o homem é mais estimado na família.
Nesse diapasão, as mulheres bíblicas tinham em mente que a ordenação ou comando da casa pertencia ao dono ou senhor que é o marido: “Abraão comandará [צוה – ṣā·wā(h) | ordenar, instruir, declarar com força e autoridade] a seus filhos e a sua casa depois dele […]” (Gênesis 18.19), a palavra para comandar nunca é aplicada às mulheres usando com os seus maridos, todavia somente com os filhos ou subordinados (Gênesis 27.8; Rute 3.6), Abraão comanda toda sua casa: mulher e filhos, a mulher comanda os filhos e servos, quando uma mulher se atreve a ordenar algo ao marido isso é indecoroso, posto que deve ser mais próprio dela perguntar ou consultar do que mandar e afirmar, ela não diz o que deveria ser feito, mas deseja saber sobre o que deve ser realizado ou que está proibido (cf. Gênesis 16.6; 1 Samuel 1.22-23), se ela se recusar a obedecer os mandamentos e desejos legais do seu senhor ou dono isso é uma desonra e confusão: “e o teu desejo será para o teu marido, e ele governará sobre ti.” (Gênesis 3.16), isto é, as aspirações e vontade da mulher estão submetidas a direção do homem para concedê-las ou negá-las, ela depende dele e não contrário, o reformador João Calvino (1509 – 1564) comenta que:
“Pois esta forma de discurso: ‘Teu desejo será para teu marido,’ é da mesma força como se ele tivesse dito que ela não deveria ser livre e sob seu próprio comando, mas sujeita à autoridade de seu marido e dependente de sua vontade; ou como se ele tivesse dito: ‘Tu não desejarás nada além do que teu marido deseja.’ Como é declarado depois: ‘A ti será seu desejo,’ (cap. 4:7.) Assim, a mulher, que havia perversamente excedido seus limites adequados, é forçada a voltar para sua própria posição.”1
Em Cristo, essa submissão não é anulada, mas conduzida de modo gentil (1 Pedro 3.7), aqui reside uma anormalidade pecaminosa no coração das algumas mulheres pelo qual desprezam os seus maridos que cumprem o dever de amá-las, enquanto os homens são mais inclinados a amar mais as suas esposas proporcionalmente ao aumento da submissão delas como ensina o apóstolo Pedro (cf. 1 Pedro 3.1), as mulheres seguem o curso contrário de desprezar e se encherem de si mesmas quando mais aos seus maridos demonstram-se amorosos, familiares e piedosos como Mical fez com o rei Davi: “e ela o desprezou no seu coração.” (2 Samuel 6.16), embora Davi não tenha feito nada de errado isso não livrou a sua própria mulher de menosprezá-lo, assim também muitas mulheres desprezam os seus maridos sendo a única razão disso a obediência deles em agir com elas da forma que Deus ordenou. O puritano Daniel Rogers (1573 – 1652) ensina que:
“Familiaridade e conversa diária não criarão desprezo em uma esposa submissa; ela não é assim, por compulsão, mas por liberdade, portanto ela o profere, igualmente e constantemente. Ela não teme que a imputação justamente lançada sobre as mulheres, que no exterior parecerão muito respeitosas, boa esposa, vamos ter mais disso em casa! Sara, chamava seu marido de Senhor, o que significa que fazia isso geralmente, não era algo ocasional, mas sua frase do dia de trabalho. Ele não a chamava de sua Senhora, (e ainda assim seria bom se tal bajulação pudesse prevalecer com algumas Donas); mas ela o chamava de Senhor. Esta reverência e submissão faz com que a esposa contemple seu dever, no semblante, projetos, virtude e maneira do marido (como observei antes do consentimento).”2
Portanto, a gentileza e familiaridade dos maridos não torna as mulheres menos dependentes e isentas de se conformar aos seus maridos, pois a gentileza de Cristo não diminui a submissão da Igreja, por conseguinte, a gentileza do marido não diminui a sujeição da mulher: “[…] assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo [παντι – todo, total, inteiro] sujeitas a seu marido.” (Efésios 5.23), o apóstolo está ensinando que tanto no que é ordenado pelo marido como a totalidade do ser da mulher com mente, vontade e afeições se sujeita ao marido, toda obediência feminina que não parte da rendição interior do ser é forçada, falsa e insincera é como Israel se aproximando de Deus: “porém tem afastado seu coração para longe de mim” (Isaías 29.13), eles obedeciam sem amor e temor e, por isso, posteriormente diziam: “Inútil é servir a Deus” (Malaquias 1.14), cansaram-se da religião verdadeira e de Deus, semelhantemente as mulheres que não submetem o seu próprio ser ao marido em pouco tempo considerarão a submissão como um fardo, visto que a sua mente, vontade e afeição não estão sob o marido, mas igual ou acima com ele, se elas lembrassem que não pertencem a si mesmas seriam: “obedientes [ὑποτάσσω – sujeitar-se, colocar-se abaixo] aos seus maridos” (Tito 2.5), não existe verdadeira submissão quando as mulheres são incapazes de colocar suas vontade e interesses abaixo dos seus maridos, quando uma mulher cristã se levanta para comandar e ordenar isso é o mesmo que usurpar e masculinizar-se, Deus quer que a vontade da mulher dependa e se conforme com a do homem, inverter é como a mulher se vestir daquilo que pertence ao homem, ou seja, de autoridade, primazia e governo: “A mulher não vestirá aquilo que pertence a um homem, e um homem não vestirá a veste de uma mulher; porque todos que fazem isso são abominação para o SENHOR teu Deus.” (Deuteronômio 22.5), qual é também a veste da mulher que o homem não deve vestir? Aquela que é a veste da submissão e passividade, pois é próprio da mulher dizer ao seu marido o que Rute disse a Noemi: “Tudo o que me disseres, farei.” (Rute 3.5), caso achem algo elevado demais, então que tais mulheres ponderem se a autoridade de um marido é menor do que a da sogra.
Entretanto, as atuais mulheres nas igrejas somente são capazes de obedecer aquilo que lhes agradam e qualquer contradição as suas vontades é um pretexto para ficarem irritadas, mal-humoradas e preterir os deveres do casamento, isso não é nada mais do que insubmissão e considerar-se dona de si mesma, a verdadeira sujeição dos crentes é testificada quando dizemos a Deus: “todavia, não seja como eu quero, mas tu queres.” (Mateus 26.39), enquanto fazemos tudo aquilo que previamente nos agrada, isso não prova totalmente a genuinidade da nossa obediência, mas quando o Senhor comanda aquilo que é tão contrário aos olhos: “[…] Deus provou Abraão […]. E ele disse: Toma agora o teu filho, teu único filho Isaque, a quem tu amas, e vai para a terra de Moriá, e oferece-o ali como oferta queimada sobre um dos monte que te direi.” (Gênesis 22.1-2), assim também as mulheres provarão a submissão quando tiverem que deixar de lado os seus gostos e preferências para atender às ordens legais de seus maridos com coração voluntário, paciente e alegre, aqui entendemos a profundidade da pergunta da mãe de Lemuel: “Quem consegue encontrar uma mulher virtuosa [חַ֫יִל -ḥǎ·yil | forte, poder, força] ?” (Provérbios 31.10), a mulher piedosa é intensamente forte em cuidar e obedecer, ela não se cansa de fazer o bem.
Cumpre ressaltar que a deficiência moderna e aversão taciturna feminina sobre a possessão masculina da mulher ou a submissão encontra-se na falta da reverência: “e a esposa [γυνή – gynē | mulher] reverencie seu marido [φοβέομαι – phobeomai | temer, ter em honra].” (Efésios 5.33), aqui é salutar notar que o grego assim como o hebraico não possui uma palavra própria ‘esposa’3, a palavra que existe é simplesmente ‘mulher’, Paulo está exigindo que a mulher tenha uma admiração por seu marido que isso implique em temor, ou seja, o seu coração deve ter um respeito interior tão alto que ela se alegra em deixá-lo contente e se entristece quando o vê ofendido e aflito, ela quer alegrá-lo e fica desgostosa por tê-lo desagrado em virtude posição e autoridade dada ele por Deus (1 Pedro 3.2), essa reverência é raiz de toda submissão externa e sem a qual é impossível que elas prestem uma verdadeira obediência, a mulher para cultivar isso deve frequentemente meditar na excelência, posição e ofício do seu marido, bem como na ordenação divina porque cada pessoa como pensa em seu coração, assim ela é (Provérbios 23.7), quanto mais mulher ter em mente a autoridade e o lugar do marido isso resultará em mais reverência no seu coração, contudo como as atuais mulheres fogem deste assunto, se cansam e mantêm um silêncio com ranger os dentes, então não é de supreender que encontrem tanta dificuldade em serem piedosas esposas, o reformador Lancelot Ridley [m. 1576] aconselha as mulheres que:
“E da mesma forma a esposa deve pensar em seu marido que ele lhe é dado por Deus, que ela deve ter um olho não apenas em suas faltas, mas também em suas virtudes, para a sua conduta para com ele, que ela deve amá-lo acima de todos os outros, apenas deve agradá-lo, que seu corpo não seja livre para ninguém além de seu marido, que ela seja obediente a ele com toda a humildade e gentileza, que ela o tenha em temor, honra e reverência.”4
Dessarte, é um dever da esposa ou mulher reverenciar o seu marido, mas não é um dever do homem reverenciar a sua mulher, ele não deve temê-la, o homem não está no casamento para obedecer a mulher, mas ela para obedecê-lo: “Nem foi o homem criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.” (1 Coríntios 11.9), essa é uma verdade azeda para uma sociedade que está sendo construída para as mulheres e em torno delas, enquanto as mulheres que professam o cristianismo não reconhecerem que foram feitas para o uso, ajuda e conforto de seus maridos sempre haverá uma subversão da ordem criada para Deus, trabalham dessa forma quando persistem que eles devem ceder e não elas, que eles devem gastar-se para resolver as birras pecaminosas delas e não elas serem tranquilas de mente (cf. Provérbios 27.15), que eles estão obrigados a fornecer uma série de argumentos para cada ordem sobre elas, que ela está atarefada, então o homem cuidar da casa e cozinhar, seria melhor que elas no qual se gabam de ler tanto Provérbios 31 começassem a se acordar cedo como a mulher virtuosa para dar conta de seus deveres: “Ela também se levanta enquanto ainda é noite, e dá mantimento à sua casa e uma porção às suas servas.” (Provérbios 31.15) e não querer mudar a ordem de Deus, contudo para a Escritura é melhor viver no deserto do que ter a companhia da mulher descrita acima (Provérbios 21.19).
É provável que algumas mulheres argumentem que os seus maridos devem agradá-las como ordenou Paulo: “[…] em como ele pode agradar [ἀρέσκω – agradar, satisfazer] à sua esposa.” (1 Coríntios 7.33), contudo o apóstolo nunca quis ensinar que agradar a mulher é estabelecer a vontade dela como a regra do casamento porque seria uma contradição com todo o resto das Escrituras, a satisfação da esposa é ver o seu marido cumprindo os deveres do homem bíblico que são amar, governar, instruir na piedade, prover alimentação, vestimenta e a devida benevolência (cf. Êxodo 21.10), se uma mulher não se sente satisfeita até que ela tenha o governo e primazia isso aponta sobre a sua obstinação e insatisfação para o que o próprio Deus ordenou sobre o que deveria agradar a ela, semelhantemente as mulheres devem se importar: “[…] em como ela pode agradar o seu marido.” (1 Coríntios 7.34), isto é, a satisfação do marido é ver a sua mulher o amando, sendo reverente, submissa, cuidando do lar e dando a devida benevolência (Tito 2.4-5), essas são coisas que ambos ao verem sendo desempenhadas devem sentir se agradados, pois é o que Deus quer que satisfaçam a eles, mas a humanidade tem negado contrariando a natureza tais necessidades: qual mulher não ficará satisfeita sendo amada e provida e qual homem não ficará satisfeito tendo uma esposa reverente e cuidadosa? É necessário que os homens e as mulheres voltem a gostar daquilo que o Senhor prescreveu como bom e correto diante dos seus santos olhos, mas não de suas invenções carnais e egoístas.
Dessa forma, as mulheres virtuosas não possuíam o orgulho moderno de expressar a realidade do governo e domínio dos maridos com suas bocas: “Sara riu dentro de si, dizendo: Depois de tão envelhecida, eu terei prazer, e meu senhor sendo também velho?” (Gênesis 18.12), o hábito de Sara de chamar o seu marido pelo título adequado que expressava a autoridade dele estava tão entranhado na sua vida que ela pensava nele como “meu senhor” e não como um “mero Abraão” — essa sujeição desprovida de orgulho é elogiada por Pedro como uma marca das mulheres santas (1 Pedro 3.6) —, a língua portuguesa não consegue expressar tão bem essa realidade integralmente com a palavra “marido” cuja origem vem de maritus (latim) que significa ‘homem casado’, isso somente expressa uma faceta do matrimônio que é a vinculação pactual do homem com uma determinada mulher, contudo não transmite a ideia da superioridade e governo masculino, então urge que as mulheres piedosas seguindo o modelo bíblico também usem as expressões em sua língua que mostrem a posição de governo do homem no casamento (cf. Juízes 19.26-27), as mulheres ao chamá-los comumente de senhor estão lembrando a eles sobre a posição e o dever de governar, bem como quem são elas mesmas e deixando claro como consideram os seus maridos — a fuga das palavras adequadas é sutilmente o pecador tentando suprimir a realidade ao seu redor, a maioria dos homens rejeitam ou consideram estranho internamente porque querem fugir do papel dado por Deus e as mulheres em razão de negarem quem são si mesmas no casamento, caso elas se encolham ao ler sobre essa verdade e os seus estômagos se embrulhem é porque: “do que em abundância no coração, disso fala a boca.” (Mateus 12.34), os seus corações estão cheios de irreverência, orgulho e de si mesmas, os discursos das mulheres cristãs atuais sobre submissão caem por terra quando elas necessitam praticar isso de fato conforme o modo prescrito por Deus e não segundo suas invenções.
No entanto, a sujeição feminina ao seu senhor que é o marido não resume-se as palavras que são usadas em referência a ele, mas também as vestes e o seu comportamento deve exibir que está sob o governo dele e, por isso, notavelmente o uso da cobertura ou do véu por parte mulher é um sinal da submissão ao marido quando vemos que uma das palavras para véu no língua hebraica é רְדִידִי֙ [rə-ḏî-ḏî]: “[…] os guardas dos muros tiraram-me o manto [véu].” (Cantares 5.7), a raiz dessa palavra é רָדַד [radad] que significa rendido, abatido, subjugado, isso trazia a mente das mulheres santas que elas estavam sob o domínio do seu marido e aos seus mandamentos, o véu é também um símbolo da castidade matrimonial e, por isso, a mulher que colocou isso em suspeita tinha ele retirado momentaneamente: “E o sacerdote apresentará a mulher perante o SENHOR e lhe descobrirá a cabeça […].” (Números 5.18), ela pela seu comportamento duvidoso deu razões para que o seu marido duvidasse da sua fidelidade, o mero comportamento leviano é desonroso para uma mulher porque qualquer outro homem deve ser considerado para ela como um estranho: “[…] que toma estranhos [זָרִֽים -zār | estranho, ilegítimo, não autorizado] ao invés de seu marido!” (Ezequiel 16.32), o homem da mulher é o único que não somente pode conhecê-la intimamente, mas também o único autorizado com o qual ela pode dar as suas afeições, amigabilidade e ser próxima (cf. Cantares 6.4): “terrível como um exército com bandeiras”, o puritano Matthew Poole (1624 – 1679) explica a metáfora confirmando sobre a seriedade da mulher com outros homens:
“Para estranhos, a quem por sua aparência grave e majestosa e porte ela assusta de tentativas rudes ou ousadas, enquanto algumas mulheres convidam outros a se familiarizarem com elas por seu porte solto e lascivo.”5
Logo, a mulher mesmo que não seja culpada de adultério deve está preocupada que nada em seu comportamento, gestos e palavras insinuem alguma disponibilidade e convite para a proximidade, isso não significa que a mulher deve ser áspera ou mal-educada, mas que ela deve manter uma distância formal de qualquer homem além do seu marido, o célebre Antoine de Courtin (1620-1685) cita alguns comportamentos que as mulheres devem evitar para provocarem a suspeita do seus maridos:
“Ela deve evitar a companhia de homens que sejam de alguma forma suspeitos, marcar reuniões e passeios ao ar livre; mas, acima de tudo, ela deve evitar a sociedade de mulheres desregulamentadas e escandalosas, pois elas são de fato mais perigosas do que os próprios homens desordeiros, uma vez que esse tipo de mulher tem alguma aparência, mas falsa e simulada de virtude.”6
Assevera-se ainda que as redes sociais criaram uma esfera de ampla imodéstia devido a exposição feminina que é vista principalmente por mostrar-se com fotos ou vídeos e por estarem cercadas de homens, as mulheres das Escrituras evitavam estarem próximas e cercadas de homens ao seu redor como Rute que não colhia os entre os ceifeiros (Rute 2.7 – “após [אַחַר – ʾǎ·ḥǎr | depois, algum tempo depois] os ceifeiros), a modéstia dela era vista no andar circunspecto de não ser vista entre homens, mas as atuais mulheres estão rodeadas de homens as seguindo nas redes sociais para apreciarem, visualizarem as suas vidas e trocarem conversas, curtem e veem outros homem inflamando-se em elogios por elas e vice-versa: “elas os viu com os seus olhos, enamorou-se deles” (Ezequiel 23.16), se um homem deve se afastar da mulher estrangeira [זָרָ֑ה – zā·rāh | estranha, ilegítima, não autorizada] (Provérbios 5.3), as mulheres também evitar castamente todos homens para que não sejam enredadas em paixões vis, mas elas não sentem o mínimo de lampejo de dor em suas consciências que seus comportamento no mundo virtual é leviano ou pecaminoso, porém desejam serem vistas, cortejadas e elevadas, se forem casadas ou comprometidas isso é claramente um início de adultério por darem qualquer aparência disponibilidade e se forem solteiras é um claro oferecimento de si mesmas como se fossem mercadorias: “em todo o outeiro alto e debaixo de toda a árvore verde te andas encurvando e prostituindo-te.” (Jeremias 2.20).
Além do mais, a forma mais comum que as mulheres começam a demonstrar a sua impudência é pela falta de domesticidade: “ora ela está fora, oras nas ruas, à espreita em cada esquina.” (Provérbios 7.12), a mulher não casta é marcada pela sua incapacidade de ficar em casa, os seus pés são errantes, ligeiros e o lar é uma prisão, na Escritura Sagrada a mulher andar fora de casa é expor-se ao mundo e colocar-se em perigo e, portanto, Paulo diz as mulheres devem ser: “cuidadosas de casa [οἰκουργός – dona de casa ou ocupada em casa]” (Tito 2.5), elas não somente estão em casa, mas estão ocupadas e sendo eficientes no cuidado do lar, quando existe a ociosidade isso leva a mulher para sair de casa e ficarem: “perambulando de casa em casa.” (1 Timóteo 5.13), a mulher piedosa não possui tempo ou disponibilidade para ir ao mundo, pois o lar ocupa toda a sua vida, ela é conhecida por estar pelos lados da tua casa (Salmo 128.3), a ideia que as mulheres são capazes de cumprir os deveres de casa e saírem do lar é porque as obrigações domésticas foram atenuadas e mutiladas, elas pensam que a domesticidade resume-se cozinhar e limpar a casa, porém esquecem-se que devem ser esposas e mães por completo, não parciais e escolhendo aquilo que mais favorece a elas.
Ademais, elas devem preferir sair pouco de casa e quando saírem estarem acompanhadas de seus maridos em cuja proteção podem descansar, o historiador romano Plutarco (46 – 120 d.C.) falou mais verdadeiramente do que muito dos atuais cristãos:
“§ IX. Vemos que a lua quando está longe do sol é brilhante e gloriosa, mas empalidece e esconde sua luz quando está perto. Uma esposa modesta, ao contrário, deve ser vista principalmente com seu marido, e ficar em casa e em retiro na ausência dele.”7
Diante do que foi supradito, não pode se deixar de afirmar que os homens não devem se intrometer no matrimônio se não são capazes de serem senhores ou mestres das suas mulheres pela provisão (Salmo 128.1-2), instrução (1 Coríntios 14.35) e amarem como Cristo (Efésios 5.25), eles devem entrar no casamento sabendo que a mulher que pertence a ele depende totalmente dele para a sua vida e, portanto, eles são seus protetores e defensores (Gênesis 20.16), mas também as mulheres ao verem o pecado dos homens de não tomarem a posição que Deus os deu, não devem usurpar, mas permanecer naquilo que foi chamada (1 Coríntios 7.24), ou seja, sendo reverentes, obedientes e auxiliadoras, a maneira de constranger os homens ao dever não é usurpar, porém mostrar-se cada vez mais dependentes daquilo que é o dever deles, se tanto homens quanto mulheres acham difícil o matrimônio bíblico, então lembrem-se das palavras de Cristo: “Nem todos os homens podem receber esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado.” (Mateus 19.11).
- John Calvin e John King, Commentary on the First Book of Moses Called Genesis, vol. 1 (Bellingham, WA: Logos Bible Software, 2010), 171–172. ↩︎
- Daniel Rogers [1573-1652] em Matrimoniall honovr [1642] ↩︎
- “No entanto, várias línguas empregam essencialmente o mesmo uso do grego, em que uma esposa é simplesmente chamada de “sua mulher”, “minha mulher”, etc. Os contextos normalmente indicam claramente qual significado de γυνή está envolvido.” (LN 10.54) ↩︎
- Lancelot Ridley [m. 1576] em A commentary in Englyshe vpon Sayncte Paules Epystle to the Ephesyans [Imprinted at London :: By me Robert Redman, 1540] ↩︎
- Matthew Poole, Annotations upon the Holy Bible, vol. 2 (New York: Robert Carter and Brothers, 1853), 321. ↩︎
- A treatise of jealousie [London :: Printed for W. Freeman | 1684], pag. 78. ↩︎
- PLUTARCH’S MORALS. ↩︎