“Os guardas que rondam a cidade me encontraram e eu lhes perguntei: Vistes aquele a quem a minha alma ama?” (Cântico 3.3)

Não há ninguém na terra que tenha tanta alegria como um crente. Não há ninguém na terra que tenha tanta tristeza quanto o crente. Quando o crente tem a face do Senhor brilhando sobre ele, então ele tem mais alegria no coração do que o homem ímpio em sua melhor condição, mesmo quando o milho e o vinho abundam. Mas é triste quando tão poucos sabem disso por experiência própria. Mas o crente, quando o Senhor se retira e esconde Seu rosto, então não há tristeza igual à sua tristeza. “Até quando terei conselho em minha alma, tendo tristeza em meu coração diariamente?” [Salmo 13.2] E para entender isso, também podemos ver no capítulo anterior. Lá a esposa conseguiu agarrar rapidamente seu amado. Bem, o que ela diz? “Ele me levou para a casa do banquete, e seu estandarte sobre mim era o amor.” Em uma palavra, ela lhe diz o que é isso: “O seu estandarte sobre mim era o amor.”. O que é isso? Ora, há tanto dele em seu coração que ela não consegue mais conter. “Sustentai-me com passas, conforte-me com maçãs, pois estou doente de amor.” Em uma palavra ela mostra o que é, e é isto: “Segure a tua mão, pois não posso conter mais”. Mas isso continuou com ela? Não; em breve você poderá ver uma mudança como no início deste capítulo 3. “À noite, em minha cama, procurei aquele a quem minha alma ama, mas não o encontrei.” O povo de Deus não quer a sua noite. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Direi a vocês e tenho certeza, que uma grande parte dos ministros e dos crentes em particular podem dizer que são como a Igreja que aqui está na noite, mas há algumas pessoas em particular, embora muito raras, no qual na noite podem ter um encontro agradável como Josué, Samuel e Davi. Quando Davi estava no deserto de Judá, ele disse: “A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja como terra seca e sedenta, onde não há água”. Dizemos que um crente pobre pode ficar satisfeito com tutano e gordura, e pode dizer: “Minha boca te louvará com lábios alegres, quando me lembrar de ti em minha cama e meditar em ti nas vigílias noturnas”. Não direi senão que algumas pessoas em particular nestes dias, quando o Senhor esconde Sua face da casa de Jacó, podem passar algumas horas agradáveis com essas considerações. Mas eu digo que eles são muito singulares e raramente encontrados. Eu acho que na maioria das vezes eles estão na pior situação. Aqueles que nunca viram o Sol da Justiça não podem agora ver o Sol olhando para eles; por enquanto mal vemos a luz da lua ou das estrelas. Muitas pessoas não conhecem a luz porque não tiveram experiência na luz. Poucos descobrem ou discernem entre o dia e a noite. “À noite, na minha cama, minhas canções eram sobre ele.” Oh, quantos abandonaram suas orações desde que a hora e o poder das trevas começaram! Muitos desistiram de suas orações e muitos desistiram de ordenanças.

Dizem que estas pregações e reuniões de campo não lhes seriam adequadas; mas espero que ainda não tenha chegado a esse ponto, que todos deixem de buscá-Lo no dever.

Mas agora, depois disso, diz a esposa: “À noite, na minha cama, eu o procurei”. Até procurei ele, mas foi só na época da noite. Teria se pensado que ela o visitaria com frequência durante a noite? Acho que não é assim com muitos nesta terra; tanto os mestres como os crentes em particular tornam-se mais negligentes em buscá-Lo. “Eu o procurei na minha cama.” Foi muito descuidado. A Igreja estava agora adormecida e desanimada pelas desordens. Mas como muitos agora desistiram de orar, desistiram completamente do dever? Tudo o que fazem é apenas para acalmar a consciência. Bem, temo que aqueles que fizeram isso esta manhã não O encontrem. Acho que muitos foram sinceros; e talvez você possa descobrir que foi assim, antes de se levantar do lugar onde está sentado agora. Vocês O têm buscado durante a noite e ainda assim não O encontraram, porque têm sido muito descuidados ao cumprir seu dever durante a noite. A esposa não O encontrou enquanto ela estava deitada na cama. Portanto, o Senhor não será encontrado entre os crentes até que estejam mais ativos no dever. Mas falarei mais sobre isso quando chego às palavras do texto posteriormente. Bem, o que ela fez? Ela o procurou em sua cama, em casa, em silêncio. Não tinha vontade de ser ouvida fora de portas. “É realmente perigoso”, dizem muitos, “ir para os campos durante a noite. As pessoas podem tropeçar e cair sobre uma pedra ou outra”. Bem, o que ela faz? Ela se levanta e vai pela cidade e pelas ruas – isto é, para as ordenanças públicas, para a pregação da Palavra. Ela o procurou, mas não veio com rapidez. Os vigias que circulam pela cidade “bateram-na e tiraram-lhe o véu”. Aqui por vigias devem ser entendidos ministros; e, portanto, deveis buscar as ordenanças puras. Eu lhe direi que você pode vir aqui hoje e ainda assim não se sentir melhor; mas vocês podem ir ao Senhor e orar e clamar a Ele para que Ele abençoe as ordenanças para vocês. Vocês devem voltar novamente para Ele em segredo quando terminarem as ordenanças públicas. Pois bem, quando ela encontrou o vigia, ela lhe disse: “Você viu aquele a quem minha alma ama?” Ela tinha seu caso mais preparado, eu acho, do que a maioria das pessoas tem. Eles podem conversar com os ministros por horas, sim, dias inteiros, antes de proporem perguntas como esta: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” E sabeis que por “esposa”  significa a Igreja ou os crentes particulares; e por “Amado” entende-se Jesus Cristo, o Amado de Seu povo. Mas nas palavras mais particularmente você tem o objeto de seu amor – “Aquele a quem ama minha alma”, isto é, Jesus Cristo. Ele é o objeto do seu amor na noite da provação, na noite das trevas, na noite da deserção e da perseguição. A alma O ama e ainda diz: “Vistes o objeto do amor do crente?” Às vezes, Ele se afastará, por assim dizer, da Igreja, e se retirará e esconderá Seu rosto dela. Portanto, busque-O e deseje vê-Lo. Acho que muitos podem dizer: “Já faz muito tempo que O vi”. Você pode dizer o que Ele disse a você e o que você disse a Ele; o que se passou entre Ele e suas almas; se vocês O viram nas ordenanças públicas, ou O viram em particular, ou O viram em exercícios secretos quando estavam sozinhos, ou O viram ao ler ou meditar em Sua palavra? Mas acho que vocês que nunca O viram deveriam estar dizendo: “Oh, onde poderei vê-Lo?”. Eu lhes direi que se vocês O vissem realmente corretamente, isso sobrecarregaria seus corações. Nunca houve ninguém que O visse corretamente, sem que seu coração fosse atraído por Ele. Não existe objeto tão adorável como Ele, nem no céu nem na terra além dele. Oh, que adorável, excelente e lindo é Ele! Ó Senhores, quão pouco podemos falar Dele! O tempo nos faltaria para dizer quão excelente Ele é. Ele é muito mais glorioso do que as “montes de presas” [Salmo 76.4]. Eu lhe direi que vale a pena procurá-lo como sempre valeu a pena, apesar de todas as coisas que os buscadores e seguidores Dele encontraram neste dia escuro e nublado.

E há outra coisa nas palavras. Como ela estava sob deserção, ela também estava sob a percepção e o sentimento disso, portanto, diz ela: “Vistes Aquele a quem minha alma ama?” Não posso suportar assim. Vocês me dirão, ministros? Vocês me dirão, professores, o que devo fazer! Pois não posso viver sem Ele e Sua companhia neste ritmo; pois cada dia é uma semana, e cada semana é um mês, e cada mês é um ano desde que perdi de vista o meu Amado.

Agora, o que pretendemos particularmente com as palavras é isto:

Que Jesus Cristo é o objeto do amor da Igreja e do crente. Na verdade, Ele é o mais digno disso.

Existem algumas pessoas que não têm amor algum e também têm pouco ou nenhum ódio. Há alguns que têm algum amor, mas ele está fora de lugar. Na verdade, é um amor mal concedido que não é concedido ao próprio Jesus Cristo. Davi demonstrou bem seu amor quando disse: “Quem tenho eu nos céus senão a ti? E não há ninguém na terra que eu deseje além de ti.” Agora diz a esposa: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” Não é um amor de boca ou lábios. Não, é o amor de uma alma, e há muitos que desejam isso. Senhores, o amor de muitos ministros e professantes não é assim. Eu acho que muitos não gostam disso. Acham que não há necessidade de professar o seu amor desta forma. Mas direi a você que o amor do crente por Cristo é um amor seguro. Não será amor só na boca, mas no mais íntimo da alma. O lugar principal da alma é reservado para Cristo, e se Cristo estiver ausente, a alma está vazia. O salmista diz: “Quando meu pé estava prestes a escorregar, minha alma confiou em Deus. Nele colocarei minha confiança”. Muitas pessoas confiam em si mesmas ou em alguma outra coisa. Eles levam outras coisas para seu lugar secreto quando Deus os abandona, antes que Ele volte novamente. Mas ai daquela alma que leva outros amantes em Sua ausência, se algum dia Ele voltar. O rei Saul certa vez pensou que tinha Deus nele, mas o Senhor o deixou, e ele deixou outras coisas entrarem em sua alma, e assim aconteceu no final do dia.

Agora eu digo, o Senhor Jesus Cristo é o objeto do amor do crente, e isso sob a consideração destas duas coisas a seguir:

1. Consideraremos o que Ele é em Si mesmo.
2. Consideremos o que Ele fez pelos crentes e o que Ele fez pela Igreja em geral.

1. Eu digo, vamos considerar o que Ele é nestes três aspectos: 1. Qual é o Seu nascimento? Você sabe que se um homem vier fazer um pedido para uma mulher, ela certamente perguntará de que pais ele descende. E existe alguém como nosso Senhor? Ele é descendente de ascendência honrada, Ele é o Filho do Pai. Ele é o Filho de Deus e, como é homem, é o Filho de Davi. É maravilhoso que o Filho de Deus ofereça casamento ao homem ou mulher mais cruel de todo o país. Vocês pensariam muito se o rei, tendo um filho legalmente gerado, o enviasse para você e desejasse o casamento com uma garota pobre que mal tinha o suficiente para cobrir sua nudez. Mas, ah, maravilhoso! Ele enviou Seu Filho unigênito, que é Deus igual a Ele mesmo – Ele o enviou do céu à terra, para tratar do casamento com o crente mais pobre que nela existe. 

2. Considere o que Ele tem. Ele é herdeiro de todas as coisas. Todo o poder no céu e na terra é dado a Ele. Tal é o Amado do crente. É Ele quem tem muito poder, governando o céu, a terra e o inferno, e o domínio absoluto de todas as coisas. Ele tem graça e glória, e todas as coisas boas para dar àqueles que esperam Nele. É de admirar então que o cônjuge diga: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” Ela não pôde suportar a falta Dele quando Ele se ausentou. Mas, na verdade, muitos, por não conseguirem as coisas presentes, pensam pouco em Cristo. Sim, muitos dizem: “Se um homem for fiel e honesto, ele não terá mais nada na terra, ele será levado a muita miséria por seguir a Cristo; se um homem for honesto, ele poderá esperar a perda de tudo”. Portanto, vocês pensam que Cristo não é um bom Mestre ou um bom Marido; visto que Seus seguidores são tão maltratados na terra. Mas direi a você, não, garanto-lhe, que o crente tem um direito ao mundo tão bom quanto qualquer outro, e o homem que é expulso de casa e mantido por Cristo tem uma herança tão boa quanto qualquer outro; e antes que tudo seja feito e a obra termine, certamente será visto que o crente que tem o coração cheio do amor de Cristo tem o domínio mais seguro dessas coisas de qualquer outro. Ah, então, vocês viram Aquele a quem minha alma ama nesta noite de perseguição à Igreja – quando o povo do Senhor está enfrentando coisas tão amargas, mesmo aqueles que estão esperando no Senhor e dando-Lhe crédito? Esses, porém, terão muito mais do que os perseguidores, apesar das coisas tristes que encontraram. Sim, ministros e crentes, embora não tivessem dois centavos para entregar uns nos outros, vocês têm mais do que todos os perseguidores têm – vocês têm a Ele mesmo, e isso é mais do que todas as outras coisas.

3. Consideremos o que Ele é, quanto à Sua pessoa. Você sabe, quando um jovem faz um pedido para uma jovem, ela não apenas pergunta qual é o seu nascimento e o que ele tem, mas tem algum desejo de saber o que ele é em si mesmo. Ele é um homem bem-favorecido? Assim, a esposa vai aos vigias e às filhas de Jerusalém, isto é, à maioria dos professos, e diz: “Eu lhes ordeno, ó filhas de Jerusalém, que se vocês encontrarem meu bem amado, digam a ele, que estou farta de amor.” Ela o quer muito. É provável que ela estivesse presente nas reuniões privadas com outras pessoas aqui; e quando eles se encontraram, ela orou para que, se o vissem, lhe contassem seu caso; mas eu acredito que a maior parte dos crentes raramente oferece algo desse tipo. Bem, diz ela: “Eu lhes ordeno, ó filhas de Jerusalém, que digam a ele que estou doente de amor”. Mas dizem eles: “O que é o teu amado mais do que outro amado? Há muitos agora que dizem: “Por que as pessoas pretendem fazer tanto barulho por causa de Cristo?” Eles não irão aqui ou ali; nem aceite a pregação que outras pessoas fazem e com a qual se satisfazem. Eles estarão acima da religião com a qual os outros se satisfazem. “Na verdade”, diz ela, “meu amado é branco e corado; mais belo que os filhos dos homens e o mais importante entre dez mil”. E de fato Ele é e sempre será para qualquer um que conheça o poder da religião. Ele será para eles uma pérola de grande valor. Tem sido assim para muitos membros da Igreja da Escócia. Na verdade, Ele tem sido refrescante para eles em todos os sentidos; e Ele satisfaz os desejos da alma faminta e ansiosa; e para concluir tudo: “Sua boca é muito doce: sim, ele é totalmente amável. Este é meu amado, e este é meu amigo, ó filhas de Jerusalém.”

II. A segunda coisa a ser considerada é: o que Ele fez pela Igreja e pelos crentes. E passaremos por algumas coisas que Ele fez pela Igreja em geral, e pelos crentes em particular; pois de fato Ele fez e sofreu muito por eles. E vocês sabem o que louva muito o amor de um homem por outro, ou seja, se ele fez grandes coisas por ele. Bem, nosso Senhor tem sofrido muito e custos por causa  dos crentes. Garanto-lhe que é um grande louvor amá-Lo. Ainda mais, é nosso dever amar Aquele que primeiro nos amou, quando não poderíamos retribuir o amor novamente.

1. Digo-lhe o que Ele fez por nós: Ele assumiu sobre si a nossa natureza. Isso é algo muito comum, do qual vocês já ouviram falar muitas vezes, mas logo é esquecido, pelo menos por alguns, e pouco pensado. Ele tomou sobre Si a nossa natureza. Ele não assumiu a natureza dos anjos, mas a natureza do pobre homem arruinado. Oh, esta é uma consideração que envolve o coração! Muitos não pensam nada sobre isso, que Cristo deixou Seu lugar no céu, veio do seio do Pai e assumiu nossa natureza. Mas não é isso uma grande maravilha? O Eterno Filho de Deus, a Segunda Pessoa da gloriosa Trindade, desceu aqui na terra e assumiu a natureza da semente de Abraão? Ó maravilhosa condescendência! Muitos não pensam nada sobre isso, mas direi a vocês, pobres pecadores, de outra forma, nunca poderiam ter subido ao céu para encontrá-Lo. Não; pois se Ele tivesse aparecido como Ele mesmo, a Segunda Pessoa da sempre abençoada Trindade, se Ele tivesse aparecido em Suas vestes reais de glória e majestade, não poderíamos ter olhado e nem está perto Dele. Vocês sabem que quando o Senhor desceu ao Monte Sinai e deu a lei, todo o Israel clamou a Moisés: “Não fale mais o Senhor conosco desta maneira; mas vá e ouça o Senhor falar; e fale conosco”. Aqui está demonstrada a maravilhosa condescendência do Senhor, que Ele assumiu nossa natureza e se tornou osso de nossos ossos e carne de nossa carne. E isso não deveria nos levar a amá-Lo muito? 

2. Consideremos que Ele não apenas assumiu a nossa natureza, mas também assumiu a forma de servo. Ele veio não apenas como homem, mas como um homem  comum. Na verdade, se Ele tivesse vindo como um homem rico ou grande, os pobres não teriam permissão para se aproximar Dele – nem mesmo para tocar a orla de Suas vestes. Mas nosso Senhor tem Sua própria maneira de vir. Ele vem ao mundo como um homem pobre e muitas vezes vai às casas dos pobres. É verdade que Ele às vezes ia às casas dos homens ricos quando eles queriam se aproveitar dele. Zaqueu tinha grandes riquezas. Cristo veio à sua casa e disse: “Hoje a salvação chegou à tua casa”. Mas então Zaqueu deixou fora o seu ganho ilícito. Então eu digo que nosso Senhor Cristo vem na forma de um servo; e visto que Ele veio de uma maneira tão pobre, isso não deveria nos fazer olhar para Ele? Os grandes homens não deveriam desprezar os pobres, embora houvesse uma grande diferença entre eles. Na verdade, os grandes homens falarão de grandes coisas, mas não estão mais aos olhos de Cristo do que o mais pobre mendigo que se deita no chão.

3. Contarei mais a você o que Ele fez. Ele tomou sobre si todas as nossas enfermidades e doenças. “Ele era um homem de dores e familiarizado com a dor. Ele foi tentado em todas as coisas como nós, para poder socorrer os que são tentados.” Aqui pode haver alguns que estejam com fome, sede e frio, como aconteceu com alguns quando colocados nessas dificuldades após o caso em Pentland. Embora não tenha sido assim com aqueles que estiveram em Bothwell, em Pentland eles provavelmente pereceriam em florestas, musgos, etc. Ambos estavam com frio, fome e sede. Vocês sabem quais perseguições eles sofreram por parte dos inimigos. Mas não pode isto ser motivo de conforto para todos os que sofrem em aflição: “Não temos um sumo sacerdote que não possa ser tocado pelas nossas enfermidades”, mas Aquele que foi exercitado com tristes aflições, e sofreu, e foi perseguido em Seu corpo, em Seu corpo, nossa natureza e, portanto, sabe bem como apoiar e socorrer Seu povo em todas as suas aflições? E isso não deveria nos levar a amá-Lo e a desejar conformidade com Ele? Pois, de fato, Ele sabe bem como cuidar de nós e como nos confortar em todos os casos e condições.

4. Digo-lhe ainda mais o que Ele fez por nós. Ele suportou a ira de Deus pelos crentes, por todos os que vêm a Deus nele e através dele. Este é um forte compromisso para todo o povo de Deus de amar de todo o coração e alma Aquele que suportou aquela ira que teria esmagado todos os eleitos, sim, todo o mundo, e os mantido no lugar de tormento para sempre e sempre. Ele suportou aquela ira que O fez suar grandes gotas de sangue e clamar: “Minha alma está profundamente triste até a morte”. O que eu devo dizer? Ele estava tão deserto de Deus que o fez clamar na cruz: “Eli, Eli, lama sabactâni, meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Penso que a pessoa que tem o amor da alma por Cristo tem boas razões e pode muito bem suportar a ira do homem: pois essa ira é muito inferior à ira que Cristo suportou pelo Seu povo. Oh, como isso deveria tornar Cristo querido para nós!

5. Vou lhe contar o que Cristo também fez pelos crentes. Preste atenção, senhores; Ele até morreu por eles, até aquela maldita morte na cruz. Consequentemente, Ele tirou o aguilhão da morte natural e nos protegerá da morte eterna se crermos Nele; pois enquanto “ainda éramos pecadores, Cristo morreu pelos ímpios”.

6. Ele não apenas morreu por nós, mas desceu e perfumou a sepultura para os crentes, para que eles pudessem dizer: “Ó morte! onde está o teu aguilhão? Ó sepultura! onde está a tua vitória?” Mas tomem cuidado, senhores, agora. Pois, eu penso, se vocês forem crentes, vocês terão amor por Ele por causa disso. Aqueles que foram para o martírio por Cristo o fizeram com alegria; de modo que o dia de sua morte foi o melhor dia que já viram em suas vidas, sim, eles ficaram tão alegres que suas almas foram feitas, por assim dizer, saltar para fora de seus corpos, porque nosso Senhor passou pela morte e o túmulo para eles; portanto eles têm a vitória e venceram a morte e a sepultura.

7. Para isso que Ele fez pelos crentes, ou seja, Ele ressuscitou e venceu a morte. Mas, oh, quão poucos são sepultados com Ele no batismo, e mortificaram todo pecado e corrupção que surge dentro deles, para que possam participar de Sua ressurreição para a vida eterna e salvação.

Por último, direi a você o que Cristo fez para que Ele seja querido por nós. Ele intercede sempre à direita do Pai por vocês, se vocês são crentes. A oração de Cristo diz respeito a todos os crentes da Igreja da Escócia. Ele ora até mesmo por ministros e professores, que em grande parte entregaram suas orações por Ele e por Sua causa; e, portanto, Ele “é capaz de salvar todos os que vêm a Ele; porque Ele vive sempre para interceder por nós”. Eu digo, considere essas coisas, e você pensará que não é de admirar que o crente O ame acima de qualquer outro objeto. Não é de admirar que a esposa faça tanto barulho, dizendo: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?” Mas há muitas pessoas que não amarão a Cristo tanto quanto falam Dele. Muitas pessoas não O conhecem e, portanto, não podem amá-Lo. Embora muitas pessoas tenham um pouco de amor por Ele, ainda assim amam outras coisas melhor do que Ele, elas não O amam de fato. E embora possam ter algum tipo de amor por Ele, ainda assim não ousam dizer: “Dize-me, ó tu a quem ama a minha alma, onde tu alimentas e onde fazes o teu rebanho descansar ao meio-dia”. Agora, muitos a quem Cristo se manifesta não ousam dizer que suas almas O amam.

(1.) Há alguns que, por não obterem tais e tais manifestações Dele, nunca O amam, nem pensam que Ele os ama. Na verdade, aqueles a quem nosso Senhor traz consigo, por assim dizer, com vida e poder, O amam e isso muito. “Eles estão cansados de amor; eles são obrigados a sentar-se sob Sua sombra com grande deleite, e Seu fruto é doce ao seu paladar. “Sustentai-me”, diz a esposa, “com passas; conforte-me com maçãs, pois estou doente de amor.” Oh, se vocês soubessem o que o povo de Deus encontra nos dias de pregação, dias de jejum, dias de comunhão e em deveres fervorosos e secretos; como eles O encontraram revelando tanto de Si mesmo para suas almas, pelo que foram levados a expressar muito amor por Ele! Descobri que muitas vezes houve amor a Cristo e que, ao se encontrarem com Ele nas ordenanças, eles foram levados a ter mais amor por Ele; como você pode ver no Salmo 73.2. “Mas quanto a mim, meus pés quase desapareceram; meus passos quase escorregaram. Pois tive inveja dos tolos, quando vi a prosperidade dos ímpios.” Sim, o salmista estava nisso; “Na verdade, limpei meu coração em vão e lavei minhas mãos na inocência.” Ele estava nisso; “Na verdade, toda a minha religião foi em vão. Todos os deveres que estabeleci em oração e na realização de ordenanças foram em vão. O que tenho sido de melhor em tudo isso do que o resto do mundo?” Mas quando ele começou a refletir sobre isso, ele disse: “Foi muito doloroso para mim, até que fui ao santuário de Deus”. “Então entendi o fim deles, e que você os colocou em lugares escorregadios e que, apesar de toda a sua prosperidade, eles eram apenas criaturas pobres.” Aí ele vem dizer; “Quem tenho eu no céu senão a ti, e não há ninguém na terra que eu deseje além de ti?” Assim, quando o Senhor fala do caso do crente abandonado de uma maneira sensível, então ele não pode deixar de amar a Cristo; e isso em um grau muito alto.

(2.) A pessoa que pode dizer “Ele ouviu a voz das minhas orações”, não pode deixar de dizer que O ama. “Eu amo o Senhor porque ele ouviu minha voz e minha súplica.” Ele O ama tão bem que sua alma está obrigada a amá-Lo. “Eu amo o Senhor porque Ele ouviu minha voz.” Ah, mas o fato de o Senhor ouvir uma alma, quando ela começa a orar, pode levar essa alma a amá-Lo muito! Que maravilha é que aquela alma que o ama quando Ele a ouve? Aqueles a quem o Senhor ama e admite à comunhão com Ele, quando Ele ouve e responde suas orações, devem dizer “Eu amo o Senhor”. 

(3.) Aqueles a quem o Senhor concede o perdão de seus pecados podem amá-Lo muito. “Bendito seja o Senhor, ó minha alma, e não te esqueças de todos os seus benefícios, que perdoa todas as tuas iniqüidades.” Garanto-lhe que a pessoa que pode verdadeiramente dizer que Ele não apenas perdoou todas as suas iniquidades, mas que também o admitiu em comunhão consigo mesmo e comprometeu sua alma a se regozijar Nele, dirá que sua alma não pode amá-Lo como seria ou deveria. Mas eu sei que há muitos agora que não conseguem ocupar uma alma com essas marcas de que falamos. Garanto-lhe que gostaria de feri-lo uma vez; pois este não é um momento para curar. Mas daremos a você algumas marcas daqueles que têm esse amor em exercício e, à medida que as examinarmos, daremos a você algumas aplicações doutrinárias delas. Mencionaremos seis ou sete marcas, conforme o Senhor nos permitir, ajudar e capacitar:

1. Aqueles que amam a Cristo pensarão muito nele. Pois vocês sabem que se existe uma pessoa ou objeto que alguém ama muito, ele não deixará essa pessoa ou objeto sair de sua mente por muito tempo. Vocês sabem que foi dito: “Bem-aventurado o homem cujo prazer está na lei do Senhor”; e Davi diz: “Na Sua lei medito dia e noite”. Agora, a pessoa que O ama estará pensando muito Nele e ainda estará trabalhando para obter muito amor para Ele. Na verdade, conheço alguns homens no mundo que não pensam muito nele, nem no que Ele fez. Mas eles enganam a si mesmos. Oh, esforce-se para pensar muito Nele e para obter mais amor por Ele! Na verdade, há algumas pessoas que quanto mais são amadas, menos se importam com aqueles que as amam. Mas não é assim com Cristo. Oh, quão poucos são os que odeiam pensamentos vãos, mas amam a lei do Senhor! Quão poucos são os que odeiam pensamentos vãos, mas preferem a piedade. Mas não alimente pensamentos vãos sobre Deus, sobre Cristo, e sobre o que Ele fez, e sobre como Ele é excelente. Acredito que muitos de vocês têm seus pensamentos correndo atrás de outras coisas, mas raramente pensam em Cristo. Tudo isso diz que há pouco amor por Ele. Você sabe que a esposa ama o marido, embora ele esteja longe dela. A esposa ama a Cristo, embora Ele esteja ausente dela no momento. Seu amor por Ele ainda aumenta, levando-a a perguntar: “Vistes aquele a quem ama a minha alma?”

2. Aqueles que amam a Cristo falarão muito Dele. Mas, infelizmente! há muitas pessoas entre as quais não há uma palavra de Cristo para ser ouvida. Eu lhe digo, fala-se muito sobre religião e assuntos religiosos, mas fala-se pouco sobre Cristo – fala-se muito sobre as faltas e falhas de outros homens. Infelizmente! Deveria existe muitos que falam dele! Mas, crente, você não deveria gastar tanto tempo nisso. Quando vocês estiverem reunidos, não deixem que seus discursos sobre a indulgência, etc., tirem o seu falar de Cristo e de amor a Ele. Não deixem que a estima de Seu valor e excelência diminua entre vocês. Mas eu acho que você pode passar muito tempo entre os crentes antes de ouvir muita conversa desse tipo. Oh, é triste, é triste que as deserções da época sejam o único assunto dos crentes e dos malignos e outros! Na verdade, há muitos que, se se encontrarem em companhia, e se alguém lhes fizer uma pergunta sobre isso, simplesmente olharão para baixo e, se puderem, trarão outro discurso para tirá-lo da cabeça e do coração. Mas quando alguém faz um discurso sobre as divisões do tempo, se se levantar uma vez, terá certeza de que não falhará do seu lado. Mas tenho certeza de que o homem que já se encontrou com Cristo, e que já se fechou com Ele, e tem qualquer percepção disso em Sua alma, não pode ficar muito tempo em companhia sem pensamentos elevados e honrosos sobre Ele. Se ele O quiser, irá procurá-lo, especialmente se tiver amor em exercício; ele estará ansioso por Ele. Mas, infelizmente! a religião tende a se desgastar em nossos dias.

3. Aqueles que amam a Cristo farão o que puderem para trazer outros a Ele. Você encontra o cônjuge dizendo aqui: “Você viu aquele a quem minha alma ama?” Mas o que se segue? “Eu o segurei e não o deixei ir.” E então ela diz: “Saí, ó filhas de Jerusalém, e contemplai o rei Salomão com a coroa com que sua mãe o coroou no dia de seu desposório e no dia da alegria de seu coração”. Ela mesma se encontrou com Cristo e tinha muito amor por Ele e, portanto, convida seus companheiros a segui-Lo, a sair de um mundo perdido e contemplá-Lo com a coroa na cabeça. Oh, então olhe para nosso Senhor Cristo com a coroa em Sua cabeça com a qual Sua mãe O coroou. Na verdade, não existem poucos ministros e professantes que não pensam um pouco de si mesmos e quase não há nenhum agora, mas existe os que dizem: “Não saia e olhe para ele”. Ouvimos como isso foi realizado em nossas últimas reuniões. Eles, ao que parece, dispensaram as pessoas de segui-Lo. Creio que há muitos crentes em todo o país que rejeitaram aquilo que Deus ordenou em Sua palavra. Muitos adotaram esse caminho, mas deixe essas pessoas! Seja como for, seria melhor para nós se nos livrássemos daqueles que nos convidam a abandonar o bom e velho caminho pelo qual os nossos antepassados perderam tanto antes de o abandonarem. Eles se separaram de relacionamentos, propriedades e todas as coisas por isso. Mas há muitas pessoas que clamam: “Fora Cristo e Suas ordenanças!” Dessa forma, eles nos fariam abandonar até mesmo as ordenanças mais puras e vivas. Mas agora diz a esposa: “Vá em frente e eis o rei”. Portanto, gostaria que vocês saíssem para que possam obter a salvação de Cristo para suas almas. Este não é um conselho cruel. Ame a Cristo e obtenha a salvação Dele, embora deva perder tudo o que tem no mundo atual.

4. Aqueles que têm amor verdadeiro a Cristo relutarão em ofendê-Lo. Conseqüentemente, eles terão aversão a todo pecado. “Eu amo os teus mandamentos mais do que o ouro; odeio todo caminho falso.” Esses dois sempre andam de mãos dadas. Quanto ao homem que diz que ama a Cristo, e ainda assim não odeia todos os caminhos falsos, acabe com seu amor! Infelizmente! você pode ver que há pouco amor a Cristo na Escócia. A iniquidade abunda e o amor de muitos esfria. Eu diria que o homem que paga o imposto dos perseguidores tem pouco amor a Cristo – pelo menos seu amor não está em exercício, ou é “frio”, como costumamos dizer. Ao fazer isso, você garante que cumprirá essa parte.

5. Aqueles que tomaram as indulgências primeiro ou por último; aqueles que os cumpriram – sejam eles homens piedosos, ou sejam o que quiserem – neste caso, eles não têm amor a Cristo em exercício. Tenho certeza de que, sejam eles quais forem ou tenham sido, o fato de estarem sob essas cinzas não é uma boa marca; pois se tivessem esse amor em exercício, não ousariam, por suas almas, fazer o que fizeram, pois onde quer que esteja o exercício desse amor, as pessoas relutarão em ofender a Cristo. Eles terão medo de que Ele se distancie de Suas ordenanças. Davi diz: “Não odeio eu, Senhor, os que te odeiam?” Vou lhe dizer que não gosto daqueles que estão familiarizados com os inimigos declarados e assumidos de nosso Senhor e Mestre Cristo, e gostam do favor deles. Fora com isso! O que quer que tenham sido, eles não têm o seu amor no exercício atual. O que quer que tenham sido antes, isso diz ao mundo que o amor deles agora se foi. E quando for recuperado novamente, tal conduta será dolorosa para eles. Na verdade, a falta de amor a Cristo mostra antes um caso triste. Portanto, tomem cuidado, todos vocês, para não serem enganados e tirados do caminho de Deus. Cuidado para não estar muito familiarizado com aqueles que estão revestidos da prerrogativa real de Jesus Cristo, em prejuízo da religião. Não se engane. “Eu não odeio aqueles que te odeiam, ó Senhor?” Mas você pode dizer: “Não deveríamos amar nossos inimigos?” Verdadeiro; deveríamos amar nossos inimigos, mas como eles são os inimigos declarados de Cristo, e vivendo em um estado de inimizade e deserção Dele, eles são mais do que nossos inimigos. Eles são inimigos de Cristo e continuam perseguindo a causa de Deus, inimigos do evangelho e de uma obra de Reforma Pactuada. Nesta visão, deveríamos odiá-los e abominá-los. Declaramos contra eles, e contra todos os que os obedecem, e contra todos os que estão ao seu lado. Um dia triste os espera. Eles são piores do que os de Laodicéia, que não eram frios nem quentes, e por isso Cristo ameaça “vomitar da boca”. Que melhor são os ministros que aceitaram a indulgência do que os párocos ou mesmo os papistas? Garanto-lhe que o pároco tem mais a forma de um oficial de igreja do que eles, pois eles não têm a forma de um oficial de igreja e, portanto, não são ministros de Cristo. Não, eles são os ministros do rei. Eles já foram ministros e, como tal, nós os reconhecemos; mas agora eles são os ministros do rei e dos conselheiros. Eles os seguram e recebem deles a liberdade. Eles prejudicaram mais a obra da reforma com sua submissão do que todos os outros inimigos declarados e assumidos. Portanto, eu digo, não se enganem a esse respeito; pois nós e eles somos dois partidos agora.

6. Aqueles que amam a Cristo têm grande respeito por todos os Seus mandamentos. Eles têm um grande respeito pelos Seus tabernáculos. “Como amo a tua morada! Quão amáveis são os teus tabernáculos, ó Senhor dos Exércitos!” Não desejaríamos que você atacasse ministros que trabalham para manter puras e íntegras as ordenanças de Cristo. Se eles fizessem parecer que amam a Cristo, e se esse fosse realmente o caso, teriam por Ele o mesmo terno respeito que sempre tiveram, e odiariam todos os caminhos perversos, e amariam os santos – aqueles excelente em quem está todo o Seu deleite. Há pouco amor a Cristo onde há tão pouco amor e simpatia uns pelos outros. 

Por último, aqueles que amam a Cristo estarão sempre prontos a perder e abandonar todas as outras coisas por Ele. Diz o próprio Cristo: “Aquele que ama algo mais do que a mim não é digno de mim”. Eles não são para Cristo. Eles preferem outras coisas a Ele, quando se trata disso devem abandonar uma ou outra. Mas vocês devem abandonar tudo e comprar aquela pérola de grande valor. Aqueles que assim fizerem não serão perdedores, pois terão “o cêntuplo nesta vida, e a vida eterna no mundo vindouro”. Garanto-lhe que, se você amasse a Cristo, pensaria muito em ter a oportunidade de dar-Lhe uma prova disso. Você até agradeceria a Deus por esta oportunidade e diria: “Embora eu perdesse tudo, ainda assim tenho a oportunidade de dar uma prova de meu amor a Ele neste momento difícil.” E é o melhor momento que muitos já viram, pois tiveram a oportunidade de dar uma prova de seu amor a este excelente Príncipe e sempre adorável.

Agora acrescentarei apenas estas duas coisas a título de exortação: (1.) Se você deseja amar a Cristo, certifique-se de manter seus pecados sempre diante de você. A razão é: onde há sempre uma convicção e um sentimento de culpa sobre o seu perigo, e alguém vê o perigo que corre por causa de seus pecados, há o cuidado de correr para Ele e de fazer uso daquele sangue “que fala melhor” coisas do que o sangue de Abel. Neste caso, recorreríeis àquela fonte que está aberta à casa de Davi para habitantes de Jerusalém, para o pecado e a impureza. Esteja sempre pensando na ira que nos é devida pelo pecado. Garanto-lhe que aqueles que mantêm seus corações mais sob a consciência de seus pecados terão muito amor a Cristo. A falta disso é uma das razões pelas quais tantos têm tão pouco amor por Ele e tanto amor por outras coisas. Pois se vocês tivessem um verdadeiro senso de pecado, ira e julgamento, vocês teriam muito amor a Cristo, e Ele estaria acima de tudo em seus corações, e vocês O exaltariam em suas almas; pois é pela fé Nele que permanecemos firmes e nos regozijamos nas tribulações, como o apóstolo expressa. E o apóstolo estava ciente disso. É em Cristo que temos a esperança da glória de Deus, e não apenas: “Mas nos alegramos na tribulação – também, sabendo que a tribulação produz paciência, e a paciência experimenta, e experimenta a esperança, e a esperança não se envergonha.” Como assim? “Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado”.

Por último, esteja na graça do arrependimento. Ore muito e pratique muito o amor verdadeiro a Cristo em tempos difíceis, quando o Senhor está chamando para esse exercício em todos esses deveres. Mas acima de tudo, exorto-vos a amardes muito. Tenham “o amor de Deus derramado em seus corações”. Fixe-se em Jesus Cristo pela fé. Estude para amá-Lo muito, pois Ele é um Salvador capaz de trazer salvação à Igreja no caso mais triste em que ela possa estar.